por Cristina Terra Sotto Mayor, quarta, 9 de março de 2011 às 11:44
Eu chorei quando vi foto do Cacique Raoni chorando após as obras de Belo Monte terem sido iniciadas. O apelo dos indígenas na carta dirigida " A nova "mãe" , a PresidentA Dilma, para que parasse Belo Monte, foi em vão. A foto ilustra muito bem o descaso e total falta de respeito aos Direitos indígenas. A lista com mais de 600 mil assinaturas de brasileiros contra as obras de Belo Monte, foi também totalmente ignorada. A sucessora segue cegamente a cartilha do seu antecessor LULA PT, de um governo servil aos dos interesses financeiros das grandes corporações de investidores, que, é claro, financiaram sua campanha.
O Artigo abaixo, de 2010, merece uma profunda reflexão sobre a responsabilidade de cada cidadão que reelegeu COM O SEU VOTO este modelo de governo, e da incoerência dos intelectuais que deveriam estar ao lado dos oprimidos. O mesmo Leonardo Boff que escreveu "Lula entrará na história como o grande depredador da Amazônia e o coveiro dos povos indígenas e ribeirinhos do Xingu" 25/fev/2010 , foi o mesmo que se armou em cartas e argumentos em defesa da candidarura de Dilma, retirando o seu poético apoio à candidatura de Marina Silva, as vésperas da eleição presidencial em setembro de 2010
Se não houver mudança no comportamento da atual presidente do Brasil, "PresidentA Dilma", a sucessora do governo Lula, herdará também o título de COVEIRA DOS POVOS INDÍGENAS.
BASTA, VAMOS EXIGIR MUDANÇAS!!!
XINGU VIVO PARA SEMPRE!!!!!!!!!!
BELO MONTE, NÃO!!!!
Cristina Terra
Jornalista ambiental QUE NÃO VOTOU NO PT nem no PSDB!
"Coveiro de povos indígenas?
Egon Dionísio Heck *
(artigo publicado no portal da Adital)
"Ainda há tempo de frear a construção desta monstruosidade(hidrelétrica de Belo Monte), porque há alternativas melhores. Não queremos que se realizem as palavras do bispo Dom Erwin Kräutler, defensor dos indígenas e contra Belo Monte: "Lula entrará na história como o grande depredador da Amazônia e o coveiro dos povos indígenas e ribeirinhos do Xingu".(Leonardo Boff, Adital, 25/02/10).
Na década de 70, quando as grandes estradas e megalômanos projetos de hidrelétricas e outras obras devastadoras do meio ambiente e mortíferas para povos indígenas, isolados e refugiados nas matas amazônicas, se dizia que a função da Funai era ser coveira de povos indígenas. Houve até uma reação indignada de alguns funcionários do órgão, que pediram demissão dizendo claramente que se negavam a continuar sendo "coveiros de índios".
Passados mais de quatro décadas o aspecto de voltar ou continuar sendo coveiros de índios, ronda novamente a realidade brasileira. As grandes obras estão não só de volta, mas com redobrado ímpeto e voracidade comandados pelas grandes empreiteiras, as maiores beneficiárias desse tipo de desenvolvimento predatório. O Programa de Aceleração do Crescimento segundo já está anunciado. Palanques estão sendo criados à custa da vida, de populações e povos, do meio ambiente e da bio e sociodiversidade. Uma espécie de ditadura do "progresso a qualquer custo" se impõe, mesmo com as evidências de sua violência e perversidade. E mais uma vez as grandes vítimas são os povos indígenas, os pobres os excluídos.
Dinheiro não falta
"Podem comprar um milhão de hectares de terra, mas nós não vamos deixar de lutar pela nossa terra tradicional". Essa foi a afirmação da liderança Terena Lindomar, num encontro de indígenas e seus aliados em Campo Grande. (25/02/10)
O presidente Lula esteve recentemente no Mato Grosso do Sul para inauguração de grande indústria de celulose. Nesta ocasião novamente voltou à tona a gravíssima situação dos povos indígenas do Estado, especialmente os Kaiowá Guarani e Terena, destituídos de suas terras tradicionais e submetidos aos "campos de concentração" em que se transformaram os confinamentos em que se encontram. O presidente da República sabe dessa situação e muitas vezes tem sido alertado, em várias partes do Brasil e do mundo, sobre a necessidade de medidas urgentes para estancar esse processo genocida em que se transformou a realidade Guarani. Tanto assim é que novamente solicitou o empenho de setores políticos e econômicos locais para resolver esse incômodo problema. Comprem terra e dêem aos índios. Dinheiro não falta. Essas teriam sido as afirmações do presidente, veiculados na mídia. (Campo Grande News, 18/02/10).
O pedido soou como uma ordem, ou melhor, serviu como luva, para o setor do agro negócio que maquiavelicamente vem tramando contra qualquer reconhecimento das terras tradicionais dos povos indígenas da região. Arregaçaram as mangas e iniciaram um processo de busca de terras para serem compradas e dadas aos índios. Existem dúvidas quanto às cifras e extensão. Conforme a imprensa a proposta de Lula estaria na compre de 10 a 20 mil hectares. Prometem entregar pessoalmente ao presidente da República por ocasião de sua possível vinda para abertura da Expogrande, dia 18 de março.
Campanha Povo Guarani Grande Povo - Campo Grande, 25/02/10
* Assessor do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) Mato Grosso do Sul' "
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